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INPE finaliza qualificação de catalisador nacional

por INPE
Publicado: Abr 12, 2005
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São José dos Campos-SP, 12 de abril de 2005

A qualificação de um catalisador nacional, em banco de teste com simulação de altitude, foi concluída no final do mês de março. Agora, os dados obtidos estão sendo tratados para serem comparados aos resultados obtidos com o catalisador americano "Shell 405", utilizado pela comunidade mundial. O desenvolvimento de um catalisador nacional é um projeto do Laboratório de Combustão e Propulsão (LCP) do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia - e tem como objetivo uma possível substituição do catalisador americano.

Responsável por acelerar uma reação química de decomposição de um produto químico sem participar efetivamente da reação - ou seja, sem ser consumido -, o catalisador é utilizado no sistema propulsivo integrado aos satélites. Estes, ao serem lançados, são colocados em uma órbita elíptica, a qual prejudica especialmente o trabalho de satélites de sensoriamento remoto ou de telecomunicações, pois provoca variação da distância entre a Terra e tais satélites. Dessa maneira, o sistema propulsivo permite tornar circular a órbita do satélite, de acordo com a missão a ser cumprida.

Desde a década de 80, estudantes de mestrado da então Ciência Espacial/Combustão do INPE, funcionários e assessores externos iniciaram estudos visando o desenvolvimento de sistemas propulsivos, que seriam utilizados nos futuros satélites previstos pela Missão Espacial Completa Brasileira (MECB). A partir daí, o Departamento de Combustão e Propulsão (DCP), hoje LCP, construiu e testou protótipos de sistemas monopropelentes a decomposição catalítica da hidrazina e motores bipropelentes, que utilizavam a hidrazina e água oxigenada.

O sucesso desses protótipos atestou o pioneirismo na América do Sul e também reforçou a necessidade de se desenvolver um catalisador nacional e um banco de testes com simulação de altitude para a qualificação deste sistema, visando à utilização espacial. Foi, então, formado um grupo de catálise para desenvolver este catalisador que seria composto de um suporte, um tipo especial de alumina, impregnado com irídio.

De acordo com o pesquisador José Augusto Jorge Rodrigues, do LCP, "o catalisador nacional traria independência tecnológica - pois, que para se adquirir o catalisador dos EUA, é necessário um trâmite, envolvendo inclusive a autorização do governo americano -, faria o Brasil entrar no seleto grupo de países que fabricam este catalisador e contaria como mais um produto para exportação, pois seria fornecido aos países em desenvolvimento, entre eles a Argentina".

Atualmente, existe um pedido de patente do catalisador nacional, que está sendo qualificado através de testes de comparação com o catalisador americano. Estes testes contam com o apoio da FIBRAFORTE, industria nacional responsável pelo fornecimento do subsistema de propulsão da Plataforma Multi-Missão (PMM); projeto do INPE em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB), financiado pelo Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).


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