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Propulsão

Publicado Por: INPE
Última Modificação: Jun 11, 2018 13h35

Aerotermodinâmica

No campo da dinâmica de gases rarefeitos é de fundamental importância estudar, entre outros, os fenômenos relacionados com escoamentos ao redor de aeronaves em grandes altitudes, reentrada de veículos espaciais, escoamentos hipersônicos sobre bordos de ataque pontiagudo e rombudo, escoamentos hipersônicos com reações químicas, desempenho e plumas de micropropulsores, estrutura de ondas de choque em bordos de ataque, interação choque-choque , características refletivas e reativas de gases interagindo com superfícies sólidas, etc. O estudo desses fenômenos, onde geralmente a estrutura molecular do gás não pode ser ignorada, representa o tema central no campo da dinâmica de gases rarefeitos.

A dificuldade de dispositivos experimentais no estudo desses fenômenos, onde vários processos físicos e químicos altamente complexos são relevantes, tem estimulado o desenvolvimento de vários métodos numéricos de modo a simular tais fenômenos. Em face ao grau de rarefação, esses fenômenos são simulados numericamente pelo método Direct Simulation Monte Carlo (DSMC). O método DSMC tem sido reconhecido como o único meio prático de simular escoamentos rarefeitos de interesse em engenharia. Neste cenário, o Grupo de Simulação Numérica de Escoamento Rarefeito busca soluções de problemas de grande relevância prática que possam ser utilizadas no desenvolvimento de novas tecnologias espaciais de um modo mais rápido e a uma fração dos custos de outras possíveis abordagens desses problemas.

Pesquisador Responsável:

Wilson Fernando Nogueira Dos Santos

Contato:

Telefone: (12) 3186-

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Desempenho de Micropropulsores Baseados em MEMS
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Desempenho de Micropropulsores Baseados em MEMS

O atual estágio da tecnologia de semicondutores a base de silício tem permitido a aplicação de placas de silício no processo de fabricação de dispositivos em micro escalas. Essa técnica de fabricação vem sendo aplicada no desenvolvimento de sistemas micro-eletromecânicos, denominados por MEMS (Micro Electro-Mechanical Systems), e de vários outros microequipamentos. Dentre as várias aplicações de MEMS, encontram-se os micropropulsores de baixo empuxo. Esses micropropulsores podem ser aplicados individualmente ou em conjunto no sistema propulsivo de pequenos satélites.

Micro e nano satélites exigem sistemas propulsivos de baixo empuxo nas manobras orbitais de modo a corrigir as trajetórias e, também, fornecer um controle fino na atitude dos satélites. Atualmente, conceitos de micropropulsores baseados em MEMS vêm sendo desenvolvidos de modo a atender as exigências de futuras missões espaciais.

O sistema de micropropulsão desses satélites normalmente fornece empuxo na faixa de 1 mN a 1 mN (de um micro-Newton a um mili-Newton). O empuxo nesse sistema é obtido por meio da expansão de um gás, ou da mistura de gases, através de um micro-bocal convergente-divergente. Entretanto, vários fatores fazem com que o escoamento do gás em um micro-bocal, baseado em MEMS, seja diferente daquele em um bocal convergente-divergente convencional em macro escala, i.e., de um macro-bocal.

Em geral, o desempenho de sistemas propulsivos é altamente dependente do projeto aerodinâmico da parte divergente do bocal. Os principais parâmetros no projeto são a forma da superfície e a razão de área, i.e., a razão entre a área da garganta e área da seção de saída do bocal. Neste cenário, uma investigação detalhada do escoamento no micro-bocal permitirá conhecer o peso desses parâmetros no desempenho dos micro-bocais. Tais informações terão primordial importância no projeto e desenvolvimento de micro-bocais, baseados em MEMS, visando à aplicação no sistema propulsivo de pequenos satélites.


Desempenho Aerodinâmico de Bordos de Ataque Pontiagudo e Rombudo

Certos veículos hipersônicos, como por exemplo waveriders, são projetadas com bordos de ataque infinitamente pontiagudos, a partir de um campo de escoamento não-viscoso, com o propósito de se obter ondas de choque ancoradas no bico. Como a onda de choque ancorada no bordo de ataque evita-se a passagem do ar a alta pressão da região inferior para a superior do veículo. Além disso, as superfícies superior e inferior do veículo podem ser projetadas separadamente. Entretanto, em termos práticos, veículos waveriders terão algum grau de "arredondamento" no bordo de ataque determinado por razões de fabricação, manuseio ou cargas térmicas. Por outro lado, face aos efeitos viscosos, a onda de choque que surgirá será desacoplada do bordo de ataque. Com o desacoplamento da onda de choque, que passa a ser destacada e curva, o desempenho aerodinâmico do veículo fica comprometido. Em face ao crescente interesse em se utilizar veículos waveriders em altas altitudes, este projeto investigar o efeito da espessura da face frontal de cunhas truncadas na estrutura do escoamento, na estrutura da onda de choque e nas propriedades aerodinâmicas na superfície do bordo de ataque. Neste cenário, Espera-se fornecer uma análise da máxima espessura da face frontal que resulte em um afastamento mínimo do desempenho ideal de tais veículos.


Análise Aerotermodinâmica de Veículos Hipersônicos na Reentrada com Imperfeições na Superfície

No projeto e desenvolvimento de veículos hipersônicos, o conhecimento dos fatores que afetam as cargas térmicas e mecânicas agindo sobre os veículos é de primordial importância. Normalmente, no cálculo das cargas térmicas, a análise assume que o veículo possui uma superfície lisa livre de imperfeições. Todavia, filetes, cavidades, degraus (descontinuidades), etc, estão presentes na superfície de veículos aeroespaciais devido, entre outros fatores, a tolerâncias de fabricação, instalação de sensores, espaçamento entre as placas de proteção térmica em razão das diferenças na taxa de expansão ou ablação em função do uso de diferentes materiais. Dentre os vários tipos de veículos aeroespaciais encontram-se os veículos hipersônicos utilizados na reentrada da atmosfera terrestre. Tais descontinuidades na superfície do veículo podem constituir uma fonte potencial no aumento do fluxo de calor para a superfície ou até mesmo uma transição prematura no regime do escoamento, i.e., de laminar para turbulento.

O sistema de proteção térmica de veículos na reentrada, como por exemplo, ônibus espaciais, exigem filetes (gaps) entre os elementos de proteção de modo a compensar a expansão térmica do material. Neste contexto, torna-se necessário um prognóstico detalhado das condições do escoamento e das cargas térmicas de modo que os filetes, cavidades e até mesmo degraus no sistema de proteção sejam bem projetados.


Aerotermodinâmica de um Satélite Recuperável na Reentrada

Para a realização de experimentos científicos e tecnológicos em ambiente de microgravidade, diferentes meios podem ser utilizados em função dos custos e do tempo disponível para a condução dos experimentos. Dentre as possíveis alternativas, destacam-se as plataformas orbitais (satélites) recuperáveis, um dos itens considerados pelo PNAE (Programa Nacional de Atividades Espaciais). Trata-se de um sistema orbital, constituído de uma plataforma, em forma de cápsula, a qual após sua satelitização, permanece em órbita pelo tempo necessário para a condução dos experimentos, sendo em seguida redirecionada a Terra, onde é recuperada em solo.

No desenvolvimento desse tipo de sistema, a modelagem da aerotermodinâmica de reentrada constitui-se em um dos maiores desafios. O conhecimento preciso sobre a aerodinâmica da cápsula ao longo da trajetória na reentrada permitirá um melhor entendimento do desempenho da cápsula, possivelmente resultando em um aumento da carga útil bem como uma redução na espessura do sistema de proteção térmica da cápsula. Denomina-se por aerotermodinâmica de um satélite o conhecimento do aquecimento aerodinâmico (fluxo de calor) e das forças aerodinâmicas agindo na superfície do veículo.

Face às dificuldades de dispositivos experimentais para escoamentos hipersônicos de alta entalpia e baixa massa específica, onde vários processos físicos e químicos são relevantes, o desenvolvimento de métodos numéricos de modo a simular esses escoamentos vem sendo estimulado. Como resultado, existem atualmente alguns métodos numéricos que são precisos e capazes de resolver os problemas de escoamentos hipersônicos. A escolha do método apropriado dependerá do grau de rarefação do escoamento, do comprimento característico do problema e da presença dos efeitos de gases reais.


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Projetos em Andamento

  • Investigação Numérica da Aerotermodinâmica de Veículos na Reentrada com Imperfeições na Superfície do Tipo Cavidade

    Projeto FAPESP (Processo Nº. 2007/57673-6) e CNPq (Processo Nº. 473267/2008-0)
    Equipe: Wilson F. N. Santos e Rodrigo Cassineli Palharini

  • Análise Computacional do Efeito de Filetes na Superfície de Veículos na Reentrada

    Projeto CNPq (Processo Nº. 554564/2008-4) e CNPq (Processo Nº. 473267/2008-0)
    Equipe: Wilson F. N. Santos e Luis Thiago Lucci Corrêa Paolicchi

  • Simulação Direta da Aerotermodinâmica de um Satélite Recuperável na Reentrada Atmosférica

    Projeto FAPESP (Processo No. 2008/03878-9)
    Equipe: Wilson F. N. Santos e Pedro Andrey Cavalcante Sampaio

  • Simulação Direta da Estrutura do Escoamento de Veículos na Reentrada com Imperfeições na Superfície do Tipo Degrau

    Projeto CNPq (Processo No. 473267/2008-0)
    Equipe: Wilson F. N. Santos e Paulo Henrique Mineiro Leite

  • Simulação de Escoamento Hipersônico sobre Cunhas Truncadas

    Projeto INPE
    Equipe: Wilson F. N. Santos

  • Análise do Desempenho de Micro-propulsores (baseados em MEMS) para Controle de Atitude de Satélites

    Projeto CNPq (Processo No. 580249/2008-5)
    Equipe: Wilson F. N. Santos e Israel Borges Sebastião

Projetos Concluídos

  • Estudo Aerotermodinâmico de Bordos de Ataque Pontiagudo/Rombudo de Veículos Hipersônicos

    Projeto CNPq (Processo No. 473737/2004-3)
    Equipe: Wilson F. N. Santos

  • Estudo Aerotermodinâmico de Escoamento Hipersônico Rarefeito sobre Bordos de Ataque na Forma de Potência

    Projeto FAPESP (Processo No. 2003/01765-9)
    Equipe: Wilson F. N. Santos e Israel Borges Sebastião